31/12/08

Os "penduras" que passaram lá por casa este ano

Rafa






Mia

Os piores casos de 2008 - II

Um cachorrão super fofo tinha sido deixado pelo próprio dono amarrado a uma árvore ao pé de onde montamos a nossa campanha no Parque do Alvito. O dono deixara um "manual de instruções". O cão estava muito assustado e triste, como é ÓBVIO. E acreditam que durante o dia o malandro que o abandonou teve a lata de ir ver se o cão ainda lá estava??!


Ficou em FAT e passei a campanha seguinte (na Casa da Guia) ao pé dele para lhe dar mimos e fazê-lo sentir-se mais seguro. Percebi logo, mesmo não sabendo pormenores sobre a sua história, que tem medo de homens. Nem quero pensar no que lhe terão feito...

Boa sorte, Óscar! Para mim serás sempre o Ruca-Nestum.

Os piores casos de 2008 - I

Um dos piores casos de negligência e irresponsabilidade que vi com os meus próprios olhos.

Este cão tinha sido adoptado numa campanha do SOS Animal, em Março, e tendo em conta o rigor com que cada adopção é feita, tudo indicava que ele estaria bem entregue. Cerca de 3 meses depois, o Rafa foi devolvido pelos supostamente "bons donos" neste estado miserável.





O pobre do cão estava cheio de sarna e nem era preciso ser veterinário para percebê-lo. Ficou ao cuidado da nossa voluntária Maria João e um mês depois, graças ao tratamento e ao mimo, já estava muito melhor. Que franjinhas tão fofo!!!

Os piores casos de 2008

Uff, ando nisto há apenas alguns meses e já soube de cada história...

Em conversas com outros voluntários mais experientes ou visitando os sites das várias associações, chegam ao meu conhecimento relatos sobre animais que são acolhidos vítimas de maus-tratos. São atirados de carros em andamento, atropelados e abandonados para morrer na berma; são pontapeados ou até mesmo baleados; são amarrados com correntes, são escorraçados do seu cantinho, são deixados para morrer à fome, à sede, ao frio...

Os meus olhos têm sido poupados. Ainda não tenho imagens trágicas como essas gravadas na minha mente para sempre. Ouço as histórias, vejo as fotos, sinto a compaixão.

E, em tempo de balanço, apesar das muitas alegrias que tive - os amigos que fiz, os animais que conseguimos dar para adopção, etc. - não posso deixar de recordar os casos que, com esses meus olhos poupados, presenciei. Não são piores nem melhores do que os outros todos, são apenas os que eu vi... e asqueles que ainda recordo, porque de certeza que ficam outros tantos de fora.

30/12/08

A contar os dias...



Ouvimos dizer que estreia no dia 15 de Janeiro.
Os donos já têm companhia com quem ir ver. Só a canzoada é que não tem direito a entrar na sala do cinema... Isto há coisas injustas!!!

A Emma e o bidé

Ontem à noite a Emma teve um "aha moment": descobriu a água do bidé.

Estávamos os 3 no WC porque tinha acabado de limpar-lhes os ouvidos. A Emma apanhou-me distraída e foi para cima da cama dos donos. Então, mais para chamar a atenção dela do que propriamente para fazer uma experiência etóloga, abri a torneira do bidé. O Sushi, medricas como é, afastou-se logo. A Emma, que é mais afoita, decidiu ir ver o que era aquela coisa de haver água a sair por um tubo. Como eu queria ter uma máquina fotográfica - ou melhor ainda, de filmar! * - naquele instante... Foi de loucos! É que a doidivanas não se limitou a beber o máximo de água que pode, mas lambeu o bidé inteiro e ficou com o focinho pregado ao ralo a tentar snifar o que já ia pelo cano abaixo...




* isto é para o caso de haver por aí alguém que me queira dar uma prenda de Natal atrasada hehehe

29/12/08

Passeio de Domingo

"Não sei bem a que horas chegas, mas não te admires se não estivermos em casa. Fomos correr, saltar e brincar na relva. Beijinhos e até já!"

(SMS do Dono, ontem às 16:15, enquanto eu estava de micro na mão a entrevistar a criançada numa festa de Natal)

Rituais

De manhâ:
A Emma já costuma estar a choramingar à porta do nosso quarto porque tem fome e o Sushi acompanha-a com um coro de bocejos que mais parecem barulhos feitos por um hipopótamo.
Mal abro a porta, desatam os dois a saltar e a abanar-se todos (não só a cauda, mas o corpo todo) porque já sabem que vão comer. Ficam quietos quando estou com os pratos deles na mão, sentam-se, babam-se até... e, claro, depois limitam-se a ligar o aspirador. Como a Emma começa a comer primeiro (privilégios de líder) e come menos, quando acaba a dose dela quer sempre ir à do Sushi. É preciso estar por perto para a impedir, porque ele deixa-a. Às vezes ele passa fome, ela morfa dose dupla e engooooorda.
Segue-se o passeio e eles sabem. Costumava passeá-los juntos, excepto nos dias de chuva, em que precisava de uma mão livre para o guarda-chuva. Mas hoje em dia, excepto em manhãs mais apressadas, opto por levá-los sempre em separado. Portam-se melhor e faço menos figuras tristes na rua (ou seja, sou arrastada por um de cada vez). Por isso, a Emma vai primeiro, depois vai o Sushi. Se a Emma se tiver portado muito mal durante a manhã, é possível que fique de castigo e leve só o Sushi... O dono tem vindo a partilhar cada vez mais vezes esta árdua tarefa de os passear de manhã. É um catch22 porque quem fica em casa, limpa a cozinha.

Regresso a casa:
Durante o ano lectivo, sou eu que chego primeiro. Quando estou na entrada do prédio já os oiço... Vêm ambos cumprimentar-me à porta e a cena é bastante parecida com a da manhã. Claro que a Emma salta-me mais para cima e o Sushi limita-se a levantar as patas alguns centímetros do chão e nunca na minha direcção. Pudera...
Dou-lhes comida, levo-os à rua, limpo a cozinha - não necessariamente por esta ordem. O pobre do Sushi acaba por sofrer por tabela e, mesmo portando-se melhor, tem de esperar pela vez para comer e passear.
Em época de férias da faculdade, o dono chega primeiro e trata dos meninos. Sabe-me lindamente porque quando chego a casa só tenho de fazer o jantar.

Ao serão:
A Emma pede sempre para ir à rua quando estou a jantar. Calço-me, visto-me, pego nela (é um malabarismo para o Sushi não sair também) e trago-a só até ao estacionamento em frente ao prédio. Não chega a ser um passeio, mas significa que é menos uma vez que ando de esfregona em riste...
Depois de jantar, fazem-me companhia na sala. A Emma adormece no lugar vazio do dono no sofá Divanni Divanni forrado com uma capa para o colchão (se a única forma de ela estar sossegada é deixá-la ir para o sofá, então toda a criatividade serve na hora de proteger o nosso investimento). O Sushi adormece no chão, junto ao sofá. Às vezes eles andam na galhofa os dois ou então começam a atrofiar com os cães que passam na rua. Invariavelmente, quando o dono mete a chave à porta eles dão logo o alerta.

Hora da caminha:
O dono leva-os a passear uma última vez. Costumo despedir-me deles com muitos beijinhos e abraços, ponho as mantinhas nas respectivas camas (durante o dia guardamo-las porque a Emma gosta de as roer e sujar), encho o recipiente da água e baixo um bocado mais os estores da cozinha. Eles sabem o que significa "ir para a caminha" e por isso vão-se deitar quando nós nos deitamos. A casa fica às escuras e em silêncio. Dantes, ouvia a Emma pela casa fora durante a noite - primeiro à nossa porta, depois deitada na base do móvel do hall (que sempre foi a sua segunda cama) e, por fim, ouvia-a a ir para a cama. Nos últimos tempos, noto que simplesmente se deitam e só acordam no dia seguinte.

E é quando tudo recomeça.

Também ritual...

... é a forma como a Emma volta sempre atrás para se certificar que a tijela dela está bem lambida.

... é a voltinha que ela dá por trás do Sushi para pôr-se a jeito para lhe ser colocada a trela.

... é a posição em que se deita na base do móvel do hall quando sabe que lhe vamos pôr algum remédio.

... é a comissão de boas-vindas que ela oferece à janela para as pessoas de quem mais gosta. (o chinfrim da cauda dela a bater nas grades denuncia logo quando é a nossa vizinha Teresa que está a chegar, por exemplo)

... é a mijinha das 21. Mas essa... fica para outro post!!!

27/12/08

Lei de Murphy

Cá em casa, gostamos de dormir até tarde. Por isso, aos feriados ou fins-de-semana ou pontes, enfim, nos dias em que não temos de levantar para ir para o trabalho, há que determinar na véspera quem se vai sacrificar para tratar dos cães de manhã.
Não é pelo Sushi, é por uma menina chamada Emma que, seja que dia da semana for, chora ladra e sei lá mais o quê sempre à mesma hora, não por estar aflita para ir à rua - que disso ela trata sozinha - mas sim para comer. E quem a ouvir pensaria que ela já não come há sei lá quantos dias, de tal é o desespero da cadela.
Como eu sou muito "mãe" e tenho a sina de ter o sono leve, sou sempre eu que acordo por causa da menina ter fome. Mesmo que seja a vez do Dono, acabo sempre por também acordar...

Mas acreditem que o meu azar não se fica por aqui. Nas manhãs em que é o Dono a levantar-se cedo, a cozinha está limpa, é só dar-lhes de comida e passeá-los. Quando sou eu... a cozinha está um caos! Às vezes nem sei por onde começar a limpar! Ou seja, além de dar comida e levar à rua (um de cada vez) tenho de limpar a sujeirada toda da Miss Piggy (olha, mais uma alcunha!) e não é propriamente muito agradável começar assim o dia.

Ora, hoje foi um desses dias em que cheguei à cozinha e me deparei com um cenário deplorável. Já no dia de Natal ela me tinha aprontado a mesma gracinha (e só para confirmar que só me acontece a mim, ontem era a vez do Dono e adivinhem? a cozinha estava incólume!) QUE NERVOSSS!
Ainda por cima estava a chover. Que se dane o politicamente correcto: hoje foi daqueles dias em que não me apetecia nada ter de ir passear os cães! Pronto, já disse...
Como a Emma se tinha portado mal, ficou de castigo e só levei o Sushi. Quando regressei da rua (a canzoada não me está a ouvir por isso não faz mal dizer a palavra mágica), fui dormir mais um bocadinho. Adivinhem o que aconteceu quando me levantei? A cozinha estava outra vez suja! Ui, que bom!
Depois fomos almoçar a casa da avó do Dono. Asivinhem o que aconteceu quando voltámos? Epá, vocês estão a apanhar-lhe o jeito! Acertaram outra vez!

Palavra do dia: lixívia!
Lixívia, líxívia, lixívia...


Agora digam-me lá se eu não mereço um lugar no Céu só por causa da paciência que eu tenho com esta tipa???!

26/12/08

Alcunhas

É prá menina:
"Éminha", "Emma-canina", "Emma-nita", "Emma-feia", "mostrenga", "mijona", "cagona", "bufona", "cangurua", "franga", "menina", "princesa", "bailarina", "sirigaita", "trolaró", "amora"...


É pró menino:
"grandalhão", "gigantão", "grandalien", "cabeçudo", "Sushi-lindo", "Sushi-feio", "Sushi-Zorro", "cãozorro", "cãozarrão", "Hecavalinho", "amor"...

25/12/08

Os meninos não tiveram direito a prendas...

... até porque ainda nos estamos a recompor do último grande rombo que a conta levou(o Kirby) e que foi muito por "culpa" deles - ou dos pêlos deles.
Mas sempre tiveram mais sorte do que muitos animais que estão na rua ou por esses canis fora, pois os donos por estes dias estão mais tempo em casa e a dose de mimos é reforçada.

Amanhã é bem possível que façamos um passeio a 4.
E no sábado as duas madrinhas (eu e a Cris) vão visitar a Leila. Can't hardly wait!


FELIZ NATAL!





PS - Este espírito natalício todo pode muito bem cair por terra se a Emma se atrever a saltar para cima de mim e do meu casaco novo que é simplesmente F-A-B-U-L-Á-S-T-I-C-O!!!

23/12/08

Manhã...

Acordei a pensar na Leila e com o Dono ao meu lado a sonhar alto com o Sushi. Ele dizia: "Sushi, NÃO! Anda cá já." E, apesar de eu não estar dentro do mesmo sonho, podia até apostar que o Sushi obedecia.

hehehe

Ouvi dizer que é Natal...

... mas, por precaução, não montámos a árvore. A Emma ia atrofiar com os enfeites, o Sushi era bem capaz de alçar a perna. E, sinceramente, com a nossa mania das grandezas e das árvores enormes com centenas de penduricalhos, a tarefa dá realmente muito trabalho. Tenho esperanças de que, quando tivermos filhos, consigamos vencer a preguiça.

No entanto, decidi fazer algumas decorações cá por casa. O nosso presépio foi montado dentro da lareira (que o dono nunca me deixou ligar por isso qualquer dia vai abaixo para ganhar mais espaço na sala) e até agora nenhuma das figuras apareceu decapitada. Pelos vistos, a Emma é mais religiosa do que nós...




Temos também um boneco de neve muito giro na porta da rua (que a nossa vizinha Teresa adora) e um outro, de edições passadas, que pus do lado de dentro da porta da sala. Se ficasse do lado virado para o hall não sobreviveria nem um dia, assim fica virado para mim quando durante o serão encosto a porta da sala para conservar o calor (que não vem da lareira *snif snif* e sim de um aquecedor a gás). O mais cómico é que os badalhos do boneco metem medo ao Sushi. Ai que cão tão grande e tão maricas!!! heheheh



Viva o Natal!!!

22/12/08

Notícias sobre a Leila

Primeiro que tudo, quero retratar-me por ter andado por aí a dizer que não gostava do nome que tinham dado à Leila. Quem a baptizou (acho que foi a Tânia) é um génio. Estive a pensar bem na letra da música do Eric Clapton e parece que foi escrita por mim por causa desta cadela...



"What will you do when you get lonely
No one waiting by your side?
You've been running and hiding much too long
.
You know it's just your foolish pride.

Layla, you've got me on my knees.
Layla, I'm begging, darling please.
Layla, darling won't you ease my worried mind.

I tried to give you consolation
When your old man had let you down.
Like a fool, I fell in love with you,
Turned my whole world upside down.


Layla, you've got me on my knees.
Layla, I'm begging, darling please.
Layla, darling won't you ease my worried mind.

Let's make the best of the situation
Before I finally go insane.
Please don't say we'll never find a way
And tell me all my love is in vain.


Layla, you've got me on my knees.
Layla, I'm begging, darling please.
Layla, darling won't you ease my worried mind."



Mas a notícia mais importante a dar neste momento é que a Leila já saiu do canil de Lisboa e está num hotel da nossa confiança. Fica em Palmela, por isso talvez não a possa visitar tantas vezes quantas gostaria, mas sei que ela estará bem. Lá têm paciência para lhe dar comida de lata porque ela não come ração (até gradualmente ela se ir habituando a comer ração), vão levá-la ao vet para uma inspecção geral, aos poucos ela vai sentir-se segura e, se tudo correr bem, conseguirei dá-la para adopção antes que o dinheiro que angariei se esgote. Caso contrário, vou ter de a manter no hotel às minhas custas, porque ela para o canil não volta, muito menos para as ruas.

Quero agradecer ao meu amigo Nuno por ter pago o primeiro mês de alojamento (eu paguei a alimentação), aos colegas da Cris que vão pagar o segundo mês de alojamento e a ela, porque, como agora é madrinha da Leila como eu, decidiu pagar a alimentação do segundo mês. Vou passar um Natal e um Ano Novo mais feliz porque sei que demos um pouco mais de conforto a esta linda menina e um pouco mais de tempo para ver se chega a segunda oportunidade que ela tanto merece. A minha prenda de Natal para mim própria era para ser uma mala da Nike, agora esse dinheiro foi para ajudar a Leila e não tenho palavras para descrever como isso me faz uma pessoa mais feliz. Aliás, acho que o adjectivo "feliz" nem é suficiente.

Começa a contagem decrescente: tenho até meados de Fevereiro para lhe encontrar um dono (ou então logo se vê). Perfeito, perfeito, perfeito, era até conseguir antes!


Aqui ficam umas fotos dos melhores momentos do meu fim-de-semana!!!










21/12/08

Frase do dia

"A Emma devia era beber água por uma seringa e só uma vez por dia."



O crime: o dono proferiu esta frase memorável enquanto limpava a piscina que a menina tinha deixado na cozinha, aproveitando ter ficado sozinha durante uma hora.

Antecedentes criminais: às 17h já ela tinha ido TRÊS vezes à rua. Até ao final da noite ainda foi outras tantas. Não fazemos outra coisa ao fim-de-semana...

A sentença: O dono e eu estamos condenados a uma pena de esfregona na mão por tempo indefinido. Será que vamos ter direito a liberdade condicional por bom comportamento?

20/12/08

Hoje é dia de campanha...

Os voluntários do SOS Animal vão estar no Jardim de Belém, perto do MacDonald's, entre as 11h e as 17h aproximadamente, para uma campanha de adopção de animais e de angariação de meios.

Esta campanha estava inicialmente programada para o dia 6 de Dezembro, mas teve de ser adiada por causa da chuva.

Esperamos que, mesmo com a azáfama dos últimos presentes de Natal, apareçam muitas pessoas interessadas em ajudar os nossos animais e que o sucesso de mais uma campanha se traduza em muitas adopções responsáveis e donativos, que bem precisamos. É este o melhor presente de Natal que eu poderia ter. Estás a ouvir, Pai Natal???

19/12/08

Noite de insónia

Esta noite a Emma dormiu na nossa cama, entre o dono e a dona, como se fosse a nossa filha. Supostamente, ela não devia entrar no nosso quarto, muito menos dormir lá - e, quando muito, no tapete.

Mas já tem havido uma ou outra vez em que me vou deitar mais cedo que o dono e deixo a porta aberta e a sirigaita teima que o tapete já não lhe chega e que a cama é que sabe bem. Que abusadora, hein?

Mas, ao contrário dessas noites, em que depois o dono a tira para fora do quarto, e ela troca a nossa cama pela dela, desta vez teve carta branca. Dormiu quietinha e quentinha, ora enroscada, ora comigo a abraçá-la. Ouvia-a a suspirar e a ressonar. Ao dono também. Só eu é que fiquei acordada, com insónias.

A última vez que me lembro de ter olhado para o relógio eram 5 da manhã. Depois, às 7 e tal quando o despertador tocou, a Emma acordou e acordou-me com beijinhos. E eu adorei, claro.

O objectivo era esse: como a insónia me manteve acordada até tão tarde, estava com medo de às tantas adormecer de manhã e o despertador não ser suficiente para me arrancar da cama. E quem melhor do que a menina "tenho-um-relógio-no-estômago-a-dizer-que-são-horas-de-me-dares-comida" para me dar garantias de que acordava a horas decentes?

18/12/08

Querido Sushi,

Entraste na minha vida devagar, devagarinho.

Chegaste sujo e com mau hálito, e só de te fazer festinhas ficava com as mãos encardidas como se tivesse estado a ler o jornal. Gostei logo de ti, mas não estava a gostar dessa parte.

Tinhas medo de qualquer barulho e acordavas assustado quando passávamos perto de ti. Sobretudo, tinhas medo de nos incomodar, de nos contrariar, lembro-me que nos primeiros dias nem ousavas entrar na sala. Só querias um canto para dormir...

Dormiste, dormiste, dormiste.

Nunca refilaste quando a Emma te chateou. E o quanto ela te chateou!!!

A única coisa que não gostavas era que te puséssemos Betadine nas feridas que trazias nas orelhas. Decidimos que o tempo haveria de curar essas feridas e que não valia a pena massacrar-te com o tratamento. Desejámos que o nosso amor curasse as outras feridas, as mais profundas, a de teres sido rejeitado e abandonado à tua sorte.

Mas até tiveste sorte. Vieste parar a casa dos malucos por cães grandes. A mim o teu tamanho nunca incomodou, apenas me fez perspectivar tudo. Agora é a Emma que é pequena e não tu que és grande.

És tão sossegado, tão silencioso, tão paciente, às vezes quase nem dou por ti. Se bem que fazes questão de te deitares atrás da minha cadeira ou à frente do meu lugar no sofá e tenho sempre de ter cuidado quando me levanto.

Não queria afeiçoar-me muito, sabes. Porque não sabia por quanto tempo ias ficar lá por casa. Referia-me a ti como o novo inquilino, demorei a usar o plural para me referir aos "meus cães". Mas foi nas férias que conquistaste o pouco que ainda te faltava conquistar. Portaste-te tão bem! A maneira como nos mostraste que nos seguirias sempre e que agora nós erámos os teus donos, foi algo indescritível e comovedor. Acabou com todas as dúvidas. Foi aí que, apesar das opiniões em contrário, eu soube que não havia realmente nenhuma decisão a tomar. Já fazias parte da minha família, aquela que estou a construir aos poucos e que me vai acompanhar para sempre.
E sinceramente não percebo quem não te quis para amigo, porque és o melhor cão que conheço. És o MEU cão!

Passaram-se quatro meses. Estás mais bonito e estás, sem dúvida, feliz. Tens uma cama, uma casa, uma mana canina ("pecanina" ao pé de ti), uma família!



Gosto muito de ti grandalhão!!! Tanto tanto tanto!


Beijinhos,

tua dona.

17/12/08

Maluco por...

...bolinhas de terra-de-faz-de-conta dos vasos do hall do prédio (onde é que já ouvimos esta?)
...luvas!!!
...fechos éclair


e, como anda a aprender umas coisas com a mana,

biscoitos
comida
madeira

Maluca por...

...biscoitos
...comida, comida e mais comida
...garrafas de plástico
...madeira
...cubos de gelo
...leite
...chocolate
...vinagre e mostarda (deve ser por causa do cheiro tão intenso)
...bolas


...e, last but not the least,

bolinhas de terra-de-faz-de-conta dos vasos do hall do prédio

15/12/08

Boas notícias!

Não quero deitar já os foguetes mas...

Depois de chatear muitos amigos e conhecidos, arranjei um "padrinho" para a Leila que vai patrocinar a sua estadia durante um mês num hotel para cães. Por agora, não vejo melhor solução. Ela precisa de sair urgentemente do canil, para ver se recupera o peso e a alegria. Já estou à espera da vaga num que fica na margem sul e que é de confiança. Assim que tiver essa confirmação, vou avisar no canil que se, no dia 20 ela não for adoptada na campanha que vamos fazer em Belém, para lá já não volta. Pego nela e vamos direitinhas para o hotel. Mas não vou descansar enquanto não chegar o dia em que a levo para a sua casa definitiva. Fiquem de olhos, ouvidos e narizes bem abertos, porque continuo a precisar de lhe arranjar um dono 6 estrelas!

Obrigada ao Nuno - o grande herói (das louras perdidas no deserto e não só) e um padrinho implacável :)

ressaca...

Ontem, apesar do frio e dos aguaceiros, os voluntários do SOS Animal aguentaram firmes e hirtos (a parte do hirtos tem a ver com o frio...) e ainda conseguimos fazer algumas adopções, receber alguns donativos, informar algumas pessoas... Por mim, o saldo foi positivo, sobretudo porque voltei a estar com a "minha" linda Leila. Dei-lhe muitos mimos, arranjei-lhe uma caminha quentinha junto a mim onde ela se sentiu segura para, finalmente, ao fim de sabe-se lá quanto tempo, dormir uma soneca e graças aos hamburgueres da Cris, ao meu e às batatas fritas da Tânia, ela também comeu qualquer coisa.

Estou muito preocupada com esta cadela, porque a tristeza dela está a condená-la à morte. Está muito magra, não come e não dorme, tem muito medo e acaba por querer atacar os outros cães, mas toda ela treme e toda ela é mimos para nós. Precisa tanto de atenção que, mal me afastava um pouco dela, desatava a chorar e a ladrar, por isso passei o dia inteiro acampada ao pé dela. Doeu-me vir embora, porque foi a segunda vez que a deixei ir na carrinha do canil ao fim da campanha. Não posso adoptá-la, não lhe encontrei ainda uma FAT e é muito difícil para mim nesta altura do campeonato sustentá-la num hotel. Mas a dúvida não me larga: será que a volto a ver? Será que na próxima campanha ela estará lá? E será que no fim da próxima campanha vou ter de a deixar ir outra vez?

Ontem também lá estavam a Margarida (uma franjinhas faladora e linda que faz juz ao nome, ehehe) e o Táxi (um cachorrão super meigo e de bem com todos). Não estava lá o Mako, o arraçado de pastor velhote, muito bem ensinado e muito meigo, por quem me tinha apaixonado na campanha do mês passado (juntamente com a Melanie, que no mês passado também estava no estado da Leila e ontem não foi). Gostava de pensar que ele não foi à campanha por entretanto já ter sido adoptado mas... não sei... não sei se quero saber...

Aqui ficam as fotos destes meninos, para saberem de quem estou a falar. São lindos nas fotos, imaginem ao vivo. Cada minuto que passo a brincar com eles ou simplesmente a dar-lhes o meu amor, sei que é um minuto em que são felizes. Mas eles mereciam muito mais...








14/12/08

Hoje é dia de campanha...

Os voluntários do SOS Animal vão estar à porta do Parque Infantil do Alvito, em Monsanto, entre as 11h e as 17h aproximadamente, numa campanha de adopção de animais (com a presença dos animais do Canil Municipal de Lisboa) e angariação de meios.

Toda a ajuda é bem-vinda!

12/12/08

"Eu não sei quem fui..."




Cockers adultos para adopção urgente

Deste apelo não tenho fotos, mas sei que se trata de uma fêmea castanha com 10 anos e de um macho branco com malhas castanhas com 5 anos, por isso é só uma questão de usar a imaginação.

A história é triste:



"Recebemos uma chamada de um Veterinário que está em apuros porque há um Sr. que quer desfazer-se de 3 Cockers.

Enquanto a esposa esteve com uma depressão, os animais foram a solução dado que foram os próprios médicos a aconselharem o contacto com animais.

Como é que é possível, as "pessoas", desfazerem-se assim dos animais...???


O Veterinário informa que os animais são muiiiiitos meigos."


Contactos:
917821491 (ADOPÇÃO COM AS REGRAS DO SOSANIMAL Núcleo de Pombal - vacinação, chip e castração)

ou

Sr. Ferreira - 969988850 (ADOPÇÃO SEM AS REGRAS DO SOSANIMAL - Núcleo de Pombal)

X de Rottweiller (?) com 3 meses




"Bom dia!!!

O JOLIE é um cachorro lindo! Dei-o há 2 meses mas infelizmente vou hoje buscá-lo porque a dona, já idosa, sofreu um traumatismo craniano e não está bem. Preciso de arranjar-lhe um dono 5 estrelinhas!!!

Faz 3 meses a 19 de Dezembro. Segundo a dona, é asseado e só faz as necessidades na rua e já sabe dar a patinha! É rafeirito, filho de cães de rua de que cuido. Em prícipio terá um porte médio/grande, pelo que precisará de algum espaço, até porque está habituado a brincar num quintal.

Estou na Margem Sul (concelho do Seixal) e pretendia que ele ficasse nesta zona, arredores ou Lisboa, para poder visitá-lo de vez em quando.

Têm duas fotografias para verem o borracho em que se tornou!

Contactar por favor: Cátia Santos - 934502009 - catiaalexandracunha@sapo.pt

Por favor, se não puderem ficar com ele, reencaminhem e já estão a ajudar!"

Ninhada de labradores


(Meninos)


(Meninas)

"Olá!

Somos 10 Labradores Retriever puros que queremos arranjar uma casa onde nos encham de miminhos.

Nascemos no dia 21 de Agosto e a nossa mãe diz que podemos sair de casa a partir de 15 de Outubro.

Somos 7 machos (3 pretos e 4 brancos) e 3 fêmeas (1 preta e 2 brancas) como podem verificar nas fotos em anexo.

Se gostarem de cães e quiserem ter o privilégio de ser nossos donos liguem para Isabel - 918220097 para combinar os detalhes, se não gostarem ou não puderem ficar conosco, mandem este e-mail para todos os vossos amigos e ajudem-nos a arranjar uma caminha fofinha."

Declaração de princípios:

Espero não me arrepender de divulgar aqui apelos de animais para adopção. Vou fazê-lo porque sou um coração mole... e não consigo virar a cara. Já é tão pouco o que posso fazer, quanto mais se decidir não o fazer...

Mas é importante que fique claro que qualquer apelo que eu divulgar aqui não é da minha responsabilidade, não tem a ver com o facto de ser voluntária do SOS Animal e pode até ser um caso sobre o qual não estou bem informada ou não estou de acordo com a situação. Enfim, é algo completamente objectivo (e subjectivo ao mesmo tempo porque o que me move é o amor pelos animais).

Para o Bem e para o Mal, o que faço não é pelas pessoas, mas sim pelos animais. Eles é que estão sempre primeiro, pois não têm culpa de nada e merecem tudo o que pudermos fazer por eles.

Assim sendo, seguem-se alguns apelos... (suspiro)

09/12/08

os opostos atraem-se

hey hey não é nada do que estão a pensar! A Emma e o Sushi são como manos, não são namorados - eles sabem bem disso mas alguns dos nossos vizinhos ainda nos perguntam se vamos "fazer criação" (devem é estar com medo de ter mais coisas peludas lá no prédio, ou então não, porque até temos bastante sorte pois todos acham imensa graça à Miss Estouvada e ao Sr. Tranquilo).

O que me leva de volta ao título. A Emma e o Sushi são completamente diferentes. Ela é imparável, ele está sempre a dormir. Ela salta para cima de toda a gente a exigir atenção, ele prefere não chamar a atenção como se tivesse medo que de repente achássemos que ele está a mais. Ela é teimosa, desobediente e rebelde, ele porta-se sempre bem e evita contrariar-nos. Ela invade todas as divisões como se fosse tudo dela, ele fica à porta, a espreitar a medo, e só depois de insistirmos é que ele percebe que entrar não é nenhum crime.

Claro que, com o tempo, ele tem vindo a ganhar confiança, a mostrar-se mais atrevidote e até já faz um disparate ou outro. Nada me poderia deixar mais feliz, pois é sinal de que se sente bem connosco e que finalmente percebeu que esta é a sua nova casa e que vamos sempre tratá-lo bem.

Mas ainda bem que ele é mais calmo do que a Emma, pois eu não daria conta do recado se assim não fosse... E de certa forma ela até está menos chata e dependente em relação a nós, porque agora tem com quem brincar. Eles os dois são uma coisa digna de se ver!

08/12/08

antes e depois















baptizámo-lo de Sushi, por causa do sítio onde havia sido encontrado, e ele começou a responder ao novo nome pouco tempo depois. aliás, ele começou a reagir ao da Emma ainda antes de reagir ao dele. perguntávamos-lhe: "onde está a Emma?" e ele começava a abanar a cauda. tão fofo!

ele tinha umas feridas simétricas nas orelhas, uma ferida em cada, mas não parecia ser nada de preocupante e tudo aponta para que se tenha magoado sozinho ao tentar passar com a sua ENORME cabeça em algum sítio. como ele e a Emma se entenderam bem, deixámo-los juntos durante a noite. no dia seguinte, não fui trabalhar para ficar a vigiá-los e confirmar que a Emma o aceitava bem. aproveitei também para o levar à vet da Emma, averiguar se tinha chip, fazer a desparasitação e pedir conselhos. tal como quando o trouxemos para casa, nessa viagem também tentou saltar para o banco de trás. foi a última vez que o fez. ele é sempre obediente e tem muito medo de nos contrariar. ao contrário de umas e outras, né menina Emma??? :P

nunca será possível determinar a idade dele, mas sabemos que ainda é um cachorrão. é muito muito mas mesmo muito mais calmo do que a Emma, mas não deverá ser por ter mais idade e sim pelo seu próprio temperamento. estava de facto um pouco abaixo do peso que seria desejável ("apenas" 42 kg) mas de resto encontrava-se bem de saúde. escusado será dizer que nestes últimos meses de ração boa e sessões de mimo intensivo, o cão parece outro. o pêlo está muito mais sedoso e brilhante (pareço um anúncio a champô eheh) e até já nem cheira mal. eu sou muito sensível a cheiros e a Emma nunca me cheirou "a cão", mas nos primeiros dias em que o Sushi esteve cá em casa foi um pavor!!! ele já tomou vários banhos desde essa altura, até porque entretanto já fomos de férias e levámos os cães à praia - fica para outro post - e o cheiro está melhor, mas a razão principal é o facto de que o mau hálito que ele tinha era de comer porcarias.

07/12/08

o resgate

vestida a rigor (leia-se: de fato-de-treino) e com alguns biscoitos nos bolsos, pretendia conquistar a confiança do cão para poder trazê-lo para a nossa casa. por uns dias... só até esclarecer se ele estava perdido ou então encontrar-lhe um dono...

pois...

mal abrimos o dito porta-bagagens do carro (o tal sem as grades ehehehe) ele entrou logo. a Emma não salta para dentro, apenas para fora, pelo que fazemos sempre uma linda figura a empurrar-lhe a bunda, mas este cão era realmente maior e não teve nenhum problema. qual biscoito, qual quê, ele foi connosco para casa como se fôssemos os seus donos.

a história dele intriga-me ao ponto de até hoje não saber em que acreditar. por um lado, ele não tinha uma única pulga, o que me leva a pensar que ele não estaria na rua há muito tempo. por outro lado, achei-o um bocado magro e sujo. mas o mais estranho mesmo era que ele tinha coleira e trela, mas nenhuma identificação.

ele mostrava-se calmo, deixava que lhe fizessem festinhas mas não as pedinchava e, segundo o nosso amigo, estava a deambular sempre pelo mesmo sítio como se procurasse alguém.

então, nessa noite, depois das devidas apresentações (trouxemos a Emma à rua para eles se conhecerem em território neutro e depois é que fomos os 4 para casa), tirámos fotos e fizemos um cartaz. visto que o restaurante é perto do emprego do dono, logo no dia seguinte ele foi afixar cartazes nos arredores, não fosse o cão estar mesmo perdido e ser da zona.

nunca ninguém nos ligou.

e eis que a família aumentou...

no início do Verão de 2008, a situação cá em casa era a seguinte:

a Emma estava connosco há um ano e continuava a dar um trabalhão mas a ser a menina dos meus olhos;
o Dono não parecia propriamente mais perto de acabar o curso e finalmente começar a fazer-me companhia ao serão;
e eu andava cada vez mais empenha em ajudar os animais abandonados como voluntária no SOS Animal.

a ideia de ter um segundo cão começou a brotar...

na prática, não era algo que realmente fizesse sentido. era apenas um desejo, quase uma necessidade, que eu sentia. via tantos animais a precisar de um dono e dava por mim a querer adoptá-los a todos!

o Dono não concordava. ele pensava nos aspectos mais terra-a-terra: no dobro da despesa, no dobro do trabalho, etc etc. o argumento que me vencia sempre era a questão de como transportar dois cães no nosso carro, visto que não temos sequer a divisória em grades como é suposto para manter os animais no porta-bagagens, pois só existem para carrinha.

e por isso nada se passava...

mas, na noite de 18 de Agosto, recebemos um telefonema que veio mudar tudo, mais do que até imaginávamos na altura. um amigo do dono que estava a jantar no restaurante japonês onde o nosso grupo de amigos costuma ir (eu não vou porque sou alérgica a sushi, e assim como assim depois de recusar algumas vezes deixaram de me convidar...) e perguntou-me se, através do SOS Animal, eu poderia ajudar um labrador que por lá andava perdido/abandonado. nem pensámos duas vezes e fomos imediatamente para lá para resgatar o pobre cão.

05/12/08

diz que é uma espécie de biografia - continuação

a Emma é super inteligente e meiguinha, mas também completamente estouvada e um autêntico aspirador. esta raça devia chamar-se aspirador retriever, se querem a minha opinião... nós temos imenso cuidado com o que ela come (só ração e contada até ao último grama) e mesmo assim ela ronda os 34 kg actualmente.

quanto a ser maluca, saltar para cima das pessoas, destruir os brinquedos todos, arrastar-me na rua, etc, cheguei à conclusão que esse comportamento é que é o normal nos labradores - e a tal ilusão que eu tinha de que são cães sossegados e pachorrentos, não passava mesmo disso.

nos últimos meses, ela tem vindo a acalmar mas... tem umas pilhas tipo duracell e a única altura em que não me chateia é quando a deixo ir dormir para o sofá. aí tenho um serão santo!

e se essa força-aliada-a-energia-aliada-a-maluquice tem sido sempre um problema, o problema ainda maior é o facto de ainda hoje ela sujar a cozinha. todos os dias quando acordo e todos os dias quando chego do trabalho, é ver-me (ou ao Dono) de esfregona na mão. a nossa cozinha tem o chão mais lavado que alguma vez já se viu e somos uns consumidores fiéis de detergentes e toda a gama da brise e air spray... não se riam, porque não tem piada.

isto significa que nunca posso chegar a casa com visitas, tenho de ir primeiro e fazer uma limpeza geral... portanto já sabem...
e também significa ter de acordar mais cedo, manter um balde sempre à mão, esperar que o chão seque, etc etc... acho que poucas pessoas teriam a paciência de aturar aquela porca e mesmo assim gostar tanto dela. teve muita sorte em nos ter como donos, é o que eu lhe digo sempre.

e ela sabe que está errado. mas, literalmente, caga no assunto!!!

03/12/08

diz que é uma espécie de biografia - o primeiro ano

uma vez que não criei este blog logo quando a Emma entrou nas nossas vidas e como é óbvio muitas coisas aconteceram desde então, ocorreu-me fazer uma espécie de retrospectiva.

a Emma foi "baptizada" na própria noite em que a conhecemos. nessa noite dormiu numa cama improvisada, bebeu água de um tupperware e comeu da ração que a dona da mãe dela tinha mandado (juntamente com um livro de instruções, que máximo!). era a última da ninhada, tirando uma mana que ia ficar com a senhora, e até havia lista de espera mas passámos à frente de todos os candidatos porque a nossa história era parecida q.b. com a da senhora. tal como a Emma foi o meu presente de aniversário nesse ano, também a mãe dela tinha sido oferecida à senhora pelo seu namorado.

no dia seguinte gastámos balúrdios a apetrechar a casa com tudo o que a nossa princesa poderia precisar. somos mesmo assim, compramos sempre tudo de uma vez.

até hoje, as únicas coisas que não sobrevieram desses tempos foram os brinquedos, pois a Emma poderia entrar no Guiness devido à rapidez com que os destrói. com o tempo, ficámos peritos em distinguir quais são os que vão durar mais tempo (bolas) e quais nem vale a pena comprar.

em Setembro, tinha a Emma 6 meses, foi connosco de férias para o Algarve. na primeira vez que a levámos à praia ela estava com medo de entrar na água, possivelmente por causa do barulho da rebentação das ondas (ela só tinha medo de barulhos fora de casa, nomeadamente do camião do lixo e do homem-aspirador). mas depois adorou. era um gosto vê-la nadar e ir buscar troncos (sim, já nessa altura um simples pau não chegava). e bastou-lhe vomitar e ter diarreia nessa primeira noite para perceber logo que não convinha beber a água do mar. aprende rápido hein?

depois quando tinha cerca de 8 meses foi esterilizada. destruiu dois funis durante o pós-operatório e foi uma enorme dificuldade impedi-la de saltar durante uma semana inteira para não rebentar os pontos. aproveitando a anestesia da operação, fez-se também um rx de despiste da displaxia da anca. infelizmente, deu positivo. levámo-la logo a um especialista, ele disse que ela não estava apta a ser operada e que tínhamos de esperar pelos primeiros sintomas para então agir. não serviu de muito o diagnóstico precoce... enfim, até agora, tirando o facto de andar com as patas traseiras todas "escarranchadas" ela parece não ter nada. que assim continue!

amoleci muito e comecei a deixá-la fazer mais disparates, porque pus-me a pensar que se calhar em breve ela já não os poderia fazer (saltar para o sofá, por exemplo). foi a pior fase, porque ela já tinha a força de uma cadela adulta mas ainda era uma autêntica criança, por isso estava sempre a desafiar-me. passei muitos serões a gritar com ela porque se atirava a mim e magoava-me a sério. às vezes não havia mesmo nada a fazer senão sair de onde ela estava e refugiar-me noutra divisão qualquer da casa, porque se medisse forças com ela perdia.

mais ou menos nessa altura inscrevemo-nos numa escola para a treinar. a ideia era impedi-la de me arrastar na rua e de saltar para cima de toda a gente que entra lá em casa. não fomos nem sequer um mês... aquela escola acabou por revelar-se uma m*rdice pegada e fiquei muito chateada porque costumo considerar-me uma boa juíza de carácter.

no início de 2007 encontrámos uma solução melhor: um treinador da GNR entretanto reformado que ia a nossa casa aos fins-de-semana de manhã para a passear. ele ensinava-lhe os comandos. ela aprendia tudo porque de parva não tem nada. hoje em dia ela só não faz o que não quer quando não lhe apetece...