31/10/10

Diarreia verbal própria dos dias de chuva

O Dono:
- Cães, vamos à rua mas não é para virem de lá com as patas todas sujas, percebem?

A Dona:
- Não vale a pena estares a ameaçá-los. Só vejo duas soluções: ou lhes calças umas botas ou então cortas-lhes as oito patas.

O Dono:
- Acho que não vai ser preciso. A julgar pelo tamanho das unhacas deles, nem chegam a tocar comas patas no chão. Estão a ouvir, cães? Têm de andar em biquinhos das unhas.

30/10/10

Hora do banho

Nunca pensei dizer isto mas hoje depois do almoço quem fez a pré-lavagem às muito sujas mãos d minha mãe (que tinha estado a roer ossos como o poodle que foi numa encarnação passada) foi a Emma. A minha mãe ria-se com as cócegas que ela lhe fazia e a cadela estava toda contente. Oh mas porque é que eu não tinha uma máquina de filmar à mão?

18/10/10

In the womb

Os bebés começam a ouvir sons quando ainda estão dentro da barriga da mãe. Também começam a chuchar e a chorar, mas isso nao interessa agora. Os sons interessam. Mais concretamente, os sons que a minha filhota ouve:
- eu a falar
- eu a cantar
- eu a rir
- o pai a falar
- o pai a praguejar (sobretudo quando vê futebol e quando a Emma faz disparates)
- a Emma a ladrar (muito importante, assim a bebé já se vai habituando)
- o Sushi a ressonar (idem)
- o meu pai a falar alto com a Emma porque acha que ela assim lhe obedece mais e porque ele perde a noção do botão mute quando está entusiasmado como uma criança, que é basicamente o que acontece quando ele vem cá a casa e brinca com a minha peludinha
- o Frank Sinatra a tocar (quero começar a educação musical dela o mais cedo possível, depois do Frank virá o Jon e depois a Feist e a Sarah Bettens)
- e o genérico do "Biggest Loser"

17/10/10

Hoje é dia de campanha

O SOS Animal vai estar o dia todo na Casa da Guia, em Cascais, com animais para adopção. Apareçam, contribuam!

16/10/10

Frase do dia

O maridão a falar com a Danoninha através da minha barriga:
- Filhota, o papá gostava muito que ficasses aí sossegadinha na barriga da tua Dona porque ainda não está na altura de nasceres.

Hello??? Para ela eu sou a "mamã", para os cães é que sou a "dona".

E depois admiram-se se quando ela nascer aprender a ladrar antes de falar. Soa-vos familiar Naomi e Leonor?

15/10/10

Medidas

A Emma roeu a cama dela a um ponto lastimável quando era cachorra e nós nunca chegámos a comprar-lhe uma nova. Mas já a apanhámos mais do que uma vez a dormir na do Sushi, que é maior e não tem as bordas roídas. Quando ela está na cama dela puxa a mantinha dela até tapar as bordas de plástico roídas para não a magoarem. É verdade, somos os piores donos do mundo por não lhe termos comprado uma cama nova há mais tempo. Mas não vamos adiar mais. Então achámos por bem medi-la, já agora compramos uma cama maior. Nenhum dos cães gosta de ser medido com o metro (tivemos essa experiência quando quisemos medi-los para comprar as capas da chuva), por isso recorremos à minha fita métrica de costura e isso correu melhor. Mesmo assim foi uma risota geral, porque o Sushi começa logo a encolher-se e a baixar a cabeça em submissão.

Então estão curiosos?

A Emma mede 102 cm. O Sushi mede 116 cm.

Podem rir.se agora.

14/10/10

Um bicho de sete cabeças...

Tudo começa com um casal nosso amigo. Por acaso o Dono até conhece o sujeito há coisa de 20 anos, mas isso é só um pormenor. Eu e a respectiva entrámos em cena mais tarde. Conheci o Dono quando eles os dois se conheceram, depois veio a fase do namoro, depois o s respectivos casamentos. Há 4 meses nasceu a filha deles. O Dono foi convidado para ser padrinho.
Hoje era suposto mãe e filha virem visitar-me. Eu estou em casa, mais concretamente na cama, o dia todo sem fazer grande coisa, portanto as visitas são o highlight do meu dia. Mas a medicação do Sushi tinha acabado, o vet não tinha mais em stock e eu tinha de o manter debaixo de olho at all times antes que ele se apanhasse sozinho e começasse a lamber as feridas outra vez e o tratamento fosse todo por água abaixo. Então peguei no telefone de manhã e pus-lhe a coisa nestes termos:

- Eu sei que normalmente fecho os cães num quarto quando cá vens visitar-me, mas hoje não posso mesmo deixar o Sushi sem vigilância (e expliquei o motivo). Portanto em vez de te apresentar um facto consumado estou a dar-te a hipótese de decidires se queres cá vir com a bebé sabendo à partida que o Sushi vai estar solto. Já o conheces, sabes que ele é super meigo e calmo, que não salta, não morde, não chateia ninguém, mas achei melhor deixar à tua consideração. Se preferires, vens cá visitar-me num dia em que ele esteja medicado e eu saiba que posso deixá-lo sozinho sem que ele desate a automutilar-se outra vez.

E antes de lhe ligaar eu já sabia que ela não viria. Da mesma forma que sabia que se fosse qualquer outra pessoa nem seria preciso ligar de propósito a perguntar. Da mesma forma que sei que é minha amiga e é boa pessoa e que na teoria gosta de animais, mas no fundo é mais uma daquelas pessoas que faz um bicho de sete cabeças em relação ao binómio animais-crianças. E por isso estou desejosa que a Danoninha nasça, que cresça a brincar com os seus dois póneis, que eles comam a papa que ela deixe cair ao chão, que eles me venham avisar quando ela estiver a chorar, que todas as pequenas coisas do dia-a-dia na nossa casa com a nossa família de 5 membros provem a todos os que quiserem ver com olhos de ver que não é preciso fazer um bicho de sete cabeças. Essa será a minha luta até ao fim. Como costuma dizer o Dono a gozar: "Sim, como se fossemos o primeiro casal na história da Humanidade a ter cães e filhos. Deve ser mesmo inédito, por isso é que toda a gente nos pergunta como é que vamos fazer."

A ironia? Esse mesmo casal vai passar o próximo fim de semana com o nosso grupo de amigos e vai lá estar um rafeiro alentejano muito maior do que o Sushi e um outro cão de porte médio ainda muito novinho e eléctrico que pelo que já o conheço vai fartar-se de saltar e de lamber e fazer disparates. E aí quero ver quem consegue controlá-lo ou "proteger" a bebé dele.

Ter medo do Sushi? DO SUSHI???

Ponho as minhas mãos no fogo por este cão, atiro-me para a frente de um carro para o salvar, confio nele para me proteger a mim e à Danoninha de quem ousasse tentar fazer-nos mal. É para verem o quanto amo o meu cão. Mas isso sou eu. Nem toda a gente é obrigada a pensar assim ou a sentir o mesmo por ele, como é óbvio. Reparem que não digo o mesmo em relação à Emma, porque a conheço e sei como é bruta e tresloucada. Não sou fundamentalista nem obtusa. O cão é meu, mas a filha é dela e eu respeito isso. Mas a mim irrita-me o preconceito. E aqui entre nós também me preocupa a ilusão de que se pode proteger os filhos de tudo, quando na verdade tudo o que podemos é dar o nosso melhor e aceitar que às vezes eles vão cair ou alguém vai ser cruel para eles na escolinha ou vão ficar doentes ou sei lá. Ou um cão com o focinho húmido vai querer cheirá-los e dar-lhes uma lambidela. Ui, cruzes credo!

11/10/10

Da idade

Há qualquer coisa nos cães velhotes que me fascina (ainda estou a pensar no Hachi). E desde que adoptei um cão adulto sou cada vez mais defensora do mote "age matters". É difícil resistir aos cachorrinhos, verdade, mas não sei se algum dia voltaria a adoptar um. Para já, porque menos pessoas se interessam pelos adultos, portanto eles precisam mais. Depois, porque toda aquela fase do roer dos móveis e roupa interior e tal e tal... hmm... não sei não. Tenham calma, não estou a pensar adoptar mais um. A família tem crescido aos poucos e de forma ponderada, já basta a Danoninha que vem a caminho e estes dois monstrengos mais fofos do mundo. Estou a reflectir sobre este assunto porque hoje ocorreu-me que a Emma vai fazer 4 anos por altura da Danoninha nascer e que está uma senhora. Ora vejam, está neste momento a dormir no tapete da casa de banho do nosso quarto, onde dantes nem sequer a deixávamos entrar, e a tampa da sanita está para cima, algo sem precedentes nesta casa para que os cães não bebessem da sanita mas que agora com a minha gravidez dá muito jeito, e ela não está nem aí. Outra: coisas que deixo cair no chão e não me dobro para apanhar, ficam por lá até o Dono as apanhar porque ela já não liga nenhuma. Outra: meias no chão também não liga. Outra: cheirou a comida que me trouxeram à cama no tabuleiro (já vos contei que estou a passar o 2º trimestre - supostamente o melhor de todos - de repouso na cama, certo?) e a Emma não tentou roubar comida. Hoje não tentou subir para a cama uma única vez. Esperem... está a portar-se bem ou estará doente??? hehehe

E a maior prova de todas... a minha mãe já lhe faz festinhas e fala com ela. A minha mãe!!! Dantes a Emma simplesmente saltava-lhe para cima e atirava-a ao chão. agora senta-se ao lado da minha mãe, quietinha, à espera de atenção. Lindo! (Parte de mim está a escrever isto a pensar na posteridade, quero que a minha filha um dia saiba que a avó finalmente cedeu ao charme da minha primogénita peludazinha.)

10/10/10

Lealdade

Acabei de ver um filme que me fez chorar baba e ranho, muita baba e muito ranho, e não é por causa das hormonas, é mesmo porque é extremamente comovente. É baseado numa história real, que por sua vez é relatada num livro e agora foi adaptada ao cinema.
Chama-se "Hachiko" e é sobre a devoção de um cão, Hachi (oito em japonês), da raça Atika, ao seu dono, interpretado pelo Richard Gere.
Recomendo vivamente, mas com uns lenços a jeito e de preferência sem ser em público.

09/10/10

Onde cabem dois cabem três, onde cabem três cabem quatro

Como na maioria das noites, o Dono fechou a porta do quarto quando se veio deitar. Mas eu não conseguia adormecer porque ouvia o Sushi a lamber as patas (temos de aumentar-lhe a medicação, já deu para perceber que ele dorme durante o dia e fica acordado a lamber as patas durante a noite) e por isso o Dono acabou por se levantar e ir chamar os cães. Claro que o espertalhão do Sr. Sushi mal se apanhou dentro do nosso quarto parou de se lamber, afinal já tinha o que queria. A Emma andou por aqui a cheirar, viu que não havia espaço para ela na nossa cama - graças à milagrosa almofada-chouriço a que eu agora durmo agarrada - e optou por ir para a cama dela na cozinha. Não gosto nada que só um dos cães fique connosco, parece favorecimento, mas a verdade é que ela quando não tem o que quer arma-se em anti-social. É demasiado fina para dormir no chão. Claramente, o conforto para ela está acima da nossa companhia, por isso ou é na nossa cama, ou é no sofá, ou então lá se resigna com a cama dela.

O que eu sei é que quando acordei de manhã ela estava na nossa cama. Não sei como é que isso aconteceu, mas estávamos cá os 4, aliás os 5: eu e a Danoninha, o Dono, a Emma e o milagre em forma de chourição. Toda encolhidinha, mas feliz e fiel aos seus princípios. É mesmo fofa esta cadela!!!

06/10/10

O cão vampiro

Não bastava a Dona ser viciada em livros sobre vampiros, agora o Sushi também tinha de se transformar no cão vampiro. Já aqui falei várias vezes sobre o seu péssimo hábito de morder as próprias patas. Mas no outro dia apanhei-o a lamber uma ferida da Emma também. Maluca como ela é, deve ter batido com a cabeça nalguma esquina e ficou com um galo e um pouco de sangue, mas mesmo depois de termos desinfectado, posto betadine e conofite (bendito conofite que serve para tudo) o Sushi foi lá e decidiu que a saliva dele é que era um bom remédio. Ora que esta, hein?

04/10/10

Dia do Animal

Não podia deixar de assinalar o Dia do Animal, o primeiro em que não vou poder participar, ajudar, contribuir... (
Custa-me que esta efeméride só seja conhecida e celebrada pelos mesmo de sempre, aqueles que gostam dos animais o ano inteiro. Mas a cada ano que passa tenho esperança que mais e mais pessoas se juntem a essa minoria (não estou a ser pessimista ao nos considerar uma minoria, pois não?) e que o Dia do Animal sirva de pretexto para se trazer para a ordem do dia o debate, a luta e a sensibilização tão necessários.

Cá por casa, o dia está a ser festejado assim. a Dona versão 2 em 1 (Dona+Danoninha) continua na cama, a Emma também aqui está, praticamente a ocupar mais espaço que eu, o Sushi ressona noo chão junto à cama, digamos que é um lateral esquerdo como o Fábio Coentrão.

O meu desejo de grávida para hoje não é batata cozida nem pão... é que todos os animais fossem tão felizes como os meus.


PS - Já agora, não percam a campanha do SOS Animal amanhã em Belém!!!