20/03/13

Coleiras

Então ao que parece se não for paralisia facial poderá ser síndrome de Horner, o que seria melhor porque é passageiro. Há suspeitas que o uso de estrangulador seja prejudicial para o estado em que o Sushi continua (com um dos olhos descaído como um "hush puppies") e por isso nunca mais voltámos a usar. Aliás, normalmente usamos peitorais, só que quando chove dá mais jeito a coleira estranguladora porque escusa de ficar o peitoral todo molhado e sujo.
A solução foi finalmente comprar umas coleiras normais - com tanta coisa que ao longo dos anos já comprámos a estes cães, eles nunca tinham tido verdadeiramente coleiras porque sempre achámos feio ficarem com marcas no pelo e gostamos que tenham liberdade quando estão em casa. Tinham as correntes estranguladoras com chapa identificativa que só usávamos, como disse, para passeios à chuva, ou então durante as férias - porque fora do nosso bairro ninguém os conhece e faço questão que estejam bem identificados. Chip ou não chip, é tudo tão mais fácil e rápido se os animais têm uma placa ao pescoço.
Portanto, entre aniversários e dias do pai, os cães também ganharam uma prenda. (Fica prometida uma foto para vocês matarem saudades.)

19/03/13

Há dois anos...

Acordei com uma sensação esquisita, desconhecida.
O Dono disse: "Precisas é de comer qualquer coisa, vou preparar-te o pequeno-almoço." (O homem conhece-me bem, o que posso dizer?)
Eu fui à casa de banho. Era um caminho que conhecia bem, era o único que tinha percorrido nos últimos meses, acamada que estava desde muito cedo na gravidez, e percorrera-o tantas vezes como só as grávidas que me estiverem a ler compreenderão. E eu nesse dia estava já muito grávida, tão grávida que não via os pés, tão grávida que tinha uma cesariana marcada para daí a 48 horas.
Não demorou muito até que percebesse que algo estava a acontecer. Não há cena de filme nem curso de pós parto que realmente nos prepare para quando chega a nossa vez, mas ajudam. Chamei o Dono: "Cancela o pequeno-almoço, rebentaram-me as águas."
Houve um pequeno instante de "Não era suposto ser assim", acho até que choraminguei e deitei as mãos à cabeça. Afinal, tinha passado os últimos meses a servir de incubadora, quietinha numa cama para a pipoca não saltar cedo demais, e depois passara as últimas semanas a dar voltas à cabeça para escolher uma data para a cesariana porque a pipoca não poderia nascer de parto natural, e portanto achava que as coisas deveriam ser de uma certa maneira que não aquela. E além disso a culpa era das hormonas. A culpa é sempre das hormonas, ok?
Ali, na casa de banho, na mesma casa de banho onde tínhamos descoberto juntos que íamos (finalmente) trazer uma vida ao mundo, descobrimos que esse momento tinha chegado. O Dono abraçou-me emocionado, tal como uns meses antes, e disse. "Mas é assim que vai ser e vai ser espetacular."
E foi. Tem sido. E vai continuar a ser.

Ele ajudou-me a vestir-me e a calçar-me (um pormenor importante), depois eu fui fazer uns telefonemas. Primeiro para a maternidade conforme tinha sido instruída a fazer se entrasse em trabalho de parto antes da data da cesariana, para que pudessem mobilizar a equipa para uma cesariana de emergência. Depois para o meu obstetra, que me tinha avisado que aos fins de semana estava sempre fora de Lisboa e precisava do máximo aviso prévio para chegar a tempo. Depois para a minha mãe, que estava a fazer arroz doce para o almoço do Dia do Pai que estava marcado. Depois para a minha sogra, para a avisar que o almoço do Dia do Pai teria de ser no hospital. Depois reuni os últimos exames e pu-los ao pé da mala há muito preparada, repreparada, mexida e remexida, cheia de roupinhas cor de rosa e botinhas tricotadas com amor e sonhos e princípios.

O que fez o Dono no entretanto? Passeou os cães, claro.
Bom, e também forrou o banco do carro com sacos do lixo. Porque nunca conheci ninguém tão calmo em momentos de stress, e tão prático... e tão cocózinho com o carro. E porque no curso pré-parto nos tinham dito que o líquido amniótico cheirava a esperma (mas eu acho que cheira a lixívia).
E depois demos umas festinhas aos cães e fomos conhecer a Danoninha.

O Dono conduziu que nem um doido, até porque as contrações entretanto começaram, em força e pouco espaçadas, do género "vou ter a bebé mesmo aqui". Eu morria de vergonha pelas manobras que ele fazia e punha-me a fazer aquelas respirações do parto na esperança que as pessoas nos outros carros percebessem que não éramos doidos, éramos apenas grávidos em trabalho de parto.
Soube depois que os meus pais e os meus sogros também fizeram algumas manobras pouco recomendáveis, mas avós que se prezam estão na sala de espera histéricos, não é verdade?

Do parto propriamente dito só tenho boas recordações. O anestesista tinha uma toca com pegadas de animais, o que imediatamente me fez desatar a falar sobre os cães. Depois ele pôs música clássica, o que me imediatamente me fez refilar, até que ele pôs Muse. Sim, a Danoninha nasceu ao som de Muse.
Eu falei sobre TUDO o tempo TODO.
Escusado será dizer que, numa maternidade pequenina onde só havia mais 2 ou 3 grávidas penso eu, no dia seguinte já toda a gente sabia quem eu era. Era a tagarela, com a filhota de lindos casacos tricotados à mão e muitas visitas enfiadas no quarto.
 
Nos dias em que fiquei internada na maternidade, o Dono nunca ficou lá connosco para que os cães não ficassem sozinhos e os seus horários de passeio e alimentação fossem alterados ao mínimo. Todos os dias quando se ia embora o Dono levava peças de roupa sujas da bebé para dar-lhes a cheirar e depois espalhar pela casa para criar habituação, tal como nos tinham aconselhado.
E sim, deve ter-lhe custado imenso não poder lá ficar connosco. E sim, a Emma substituiu-me na cama.

Fomos para casa no dia 22, o Dono levava a Danoninha no ovo e eu entrei primeiro e os cães fizeram-me uma grande festa. Depois pousámos o ovo e deixámos que eles conhecessem a minúscula bebé à maneira deles. O Sushi nunca ligou nem stressou muito, e formulámos a teoria de que na vida anterior dele (a vida que teve antes de ser nosso e da qual nada sabemos) já tinha convivido com crianças. A Emma ficava agitada com o choro, vinha-nos chamar, quase que revistava as visitas que chegavam. Fiéis a si próprios, portanto.

Passaram-se dois anos e a Danoninha tem crescido linda, esperta e saudável. Pergunta pelos cães, faz-lhes festinhas, refila com eles. No mundo dela nem sequer se concebe outra realidade que não a de ter dois monstrengos a coabitar com ela e a mamã e o papá. Eles fazem parte do dia a dia, das coisas que lhe ensinamos, dos valores, responsabilidades, enfim... da vida em família.
Ter filhos e cães não é nenhum drama. Exige alguma ginástica, para conciliar horários, passeios, atenção, limpeza, brinquedos. Mas não é nenhum drama. É, aliás, muito muito muito muito FIXE!




18/03/13

As coisas tolas de que gostamos uns nos outros - Sushi

coisas tolas de que gosto no Sushi:
que se roce em nós como um gato
o barulho que faz quando boceja e que lhe valeu a alcunha de hipopótamo, embora eu não saiba que tipo de barulho os hipopótamos fazem
a força bruta... e a meiguice
quando pede autorização para subir para o sofá
que goste de maçãs (e tudo o que eu estivesse disposta a dar-lhe)

17/03/13

As coisas tolas de que gostamos uns nos outros - Emma

coisas tolas de que gosto na Emma:
as pestanas loiras
o "ronronar" quando lhe coçamos os quadris
a beijoquice
a maneira escarrapachada como se senta, apesar de ser por causa da displasia...
as posições em que dorme
o facto de ser só uma mas encher tanto a casa

15/03/13

O tempo voa... e à velocidade supersónica!

Em preparativos para o 2º aniversário da Danoninha (e com direito a prendas também para o papá, o meu pai e o meu sogro), o 31º do Dono, o 6º da Emma, o 66º do meu pai e o 54º da minha sogra... ai que eu vou mas é à falência!

14/03/13

As coisas tolas de que gostamos uns nos outros - Danoninha

coisas tolas de que gosto na minha filha:
que se descalce e cruze os pés quando está na cadeira de papa
que pergunte pelos cães
que goste de livros
que acorde sempre bem disposta
que ande a cantarolar pela casa
que veja bem ao longe
que tenha chicha para eu dar beijinhos
que goste das macacadas todas que o pai lhe faz e ainda peça mais
que tenha as minhas pestanas (podia até nem ter mais nada meu)






11/03/13

Paralisia facial

O Sushi apresenta indícios de paralisia facial. Não consigo descrever isto melhor do que dizendo que o olho esquerdo parece o de um basset hound. Faz um bocado de impressão, por ser só o esquerdo, e por não ser o normal nele, que até tem uns olhos rasgados tão bonitos... tão... orientais como o nome!
O vet diz que ele não sofre, first things first. E diz que pode passar com a injeção que ele hoje levou, mas também que pode piorar - que a seguir ao olho, poderá ser a boca, a orelha, o focinho. E que não poderemos fazer nada.
E diz também que não tem a ver com stress, nem com a idade. E que não é grave, nem o afeta em grande medida (não lhe tira a visão completamente, nem lhe causará perda de audição se ficar com isto na orelha, por exemplo).

E portanto aconteça o que acontecer é amá-lo igualmente. Mesmo que a cara dele não esteja igual. Mesmo que pareça que teve uma trombose, mesmo que se babe todo, mesmo que tenha dificuldade em mastigar.


É o melhor cão do mundo, o nosso. E cada vez mais penso no princípio do fim.

08/03/13

O preferido

Já me têm perguntado se a Danoninha demonstra preferência por um dos cães. Talvez pelo Sushi. Ou então pela Emma. Não sei. Ela pergunta igualmente pelos dois e quando faz festinhas a um vai também fazer ao outro - faz o mesmo em relação aos beijinhos, se me dá a mim vai logo dar também ao pai, é uma querida. É certo que refila mais com a Emma (porque o Sushi não lhe dá motivos para isso) e aprendeu a dizer o nome da Emma primeiro (deve ser por tanto nos ouvir a gritar com ela) mas é também é com a Emma que ela brinca mais. Portanto... Não sei.

04/03/13

Saudades

A Danoninha é muito dorminhoca (como o papá e a mamã e a Emma e o Sushi hehehe). Sempre teve os ciclos de sono a bater certo com o dia/noite, sempre dormiu a noite toda, ao fim de semana até dorme um pouco mais, dormiu 2 sestas de 2 horas cada até fazer 1 ano, agora dorme só uma sesta mas sempre de 2 horas também, enfim... é uma dorminhoca, bendita seja.
A questão é que ela só gosta de dormir na cama dela. Contam-se pelos dedos as vezes em que dormiu no carrinho durante um passeio, nunca dormiria uma sestinha em casa de mais ninguém (a não ser dos avós, mas mesmo assim...) e isso significa que estamos "condenados" a ficar por casa nas tardes de fim de semana para ela dormir a sesta.
Ora ontem estávamos a almoçar em casa dos meus pais e ela já estava podre de sono e até nos daria jeito que dormisse a sesta lá porque aproveitávamos para irmos os dois fazer umas compras, mas qual quê? Ela insistia em ir para casa.
Dizia que tinha sono. Mas que queria ir para casa. Porquê? Queria os cães. Ohhhh... Derreti. E lá fomos nós para casa. Para ao pé dos cães.

01/03/13

Danoninha in charge

A Danoninha já sabe dizer:

"Sai, Emma!" - quando quer passar
"Para a cama, Emma!" - quando está a comer
"Nãooo!" - quando não quer beijinhos


(Nunca a ouvimos refilar com o Sushi... porque será?)