01/03/09

As regras da casa

A Dona e o Dono gostam de levar a sua vidinha de uma forma muito relax. Somos pessoas muito diferentes, mas mais parecidas do que pareceria à primeira vista. A cumplicidade torna o nosso convívio muito fácil. Gostamos de dormir até tarde, não nos importamos de ter a casa desarrumada, mandamos vir uma pizza se não nos apetece cozinhar, fazemos noitadas a ver séries de tv... está sempre tudo bem.


Mas há umas quantas regras:

1 - Não se come peixe cozido. Chegaram-me 24 anos a comer peixe cozido ao sábado ao almoço.

2 - Eu não limpo os cinzeiros que ele suja e ele só fuma no escritório, à porta da sala e à janela da cozinha. AH! E nada de deitar cinzas nos ralos dos lavatórios e lava-loiças. Hmpf!

3 - As regras anti-tabaco são mesmo para cumprir!

4 - Cada um esvazia os bolsos e vira do avesso as respectivas calças, camisas e casacos.

5 - Cada um deve apagar as luzes das divisões da casa quando sai delas.
(O Dono esquece-se muitas vezes de apagar a do hall, mas eu estou lá para o relembrar)

6 - Por fim, e apenas porque eu tenho uma enorme panca, é importante fechar a tampa de todos os champôs, cremes e outros-produtos-que-tais, após a sua utilização.



Agora... as regras que foram instituídas quando passámos a ser 3, e depois 4... e também a forma como estas mesmas regras têm vindo a cair por terra, uma por uma:

1 - Coerência. A Dona e o Dono não podem andar sempre a mudar as regras, a abrir excepções ou a contrariar as ordens que o outro deu.
(No que toca às excepções, nomeadamente as que se seguem, eu fui a primeira a quebrar... mea culpa!)

2 - O nosso quarto é só nosso. É o único sítio da casa onde não toleramos que haja pêlos. Isto significa que os cães não podem entrar no quarto, muito menos subir para a nossa cama e muito menos dormir connosco.
(O acesso continua a ser mais restrito do que nas outras divisões, mas agora eles entram e saem do quarto atrás de mim quando lá vou buscar qualquer coisa, por exemplo.
Mais recentemente, a Emma começou com a mania de subir para cima da nossa cama, e foi-nos vencendo pelo cansaço... Quando estive doente nas últimas semanas ela passava as manhãs deitada na cama ao meu lado e o Sushi deitado no tapete - o que vale é que temos um Kirby. Se um dia eles decidissem dormir os dois na nossa cama, deixávamos de ter espaço para nós, mesmo a cama sendo enorme.)

3 - Nada de subir para o sofá. Não gastámos um balúrdio num Divanni&Divanni para agora ficar cheio de pêlos e manchas de baba e ocasionalmente outros fluidos mais desagradáveis.
(O Sushi respeita esta regra - tirando uma ou outra vez em que subiu para o sofá para fugir à Emma - mas a menina-sirigaita-bobi sempre tentou a sua sorte e, como não podia deixar de ser, acabou por levar a sua avante. O precedente surgiu logo no primeiro Inverno: ela destruía todas as caminhas, eu tinha pena de a ver deitada na tijoleira fria, o lugar do Dono no sofá estava sempre vazio ao serão... e um dia houve um "UPA!" hehehe
A partir daí, deixou de ser só quando a incentivo. Ela pura e simplesmente salta para o sofá e assume o "seu" lugar, que é o do Dono + o do meio quando estamos só as duas ou só o do meio quando o Dono se encontra presente. A solução foi improvisar uma forra para o bendito sofá... e, claro, o Kirby aqui também entra em acção!)

4 - Muito, muito, muito importante: os cães SÓ comem ração. Os únicos petiscos a que têm direito são os biscoitos e, mesmo assim, não é por tudo e por nada. Se fôssemos na conversa deles, aspiravam a despensa, o frigorífico e ainda iam ao caixote do lixo. Só que depois ficavam a rebolar e, pior ainda, doentes.
(Milagre dos milagres, esta regra é mesmo inviolável! Até cerca dos 6 meses, a Emma bebia todas as noites um bocadinho de leite, porque vinha habituada a isso e a vet autorizou uma vez que pelos vistos não lhe fazia mal. Ainda hoje, ela fica doida quando me vê a ir buscar um pacote ao frigorífico e por isso deixo-a lamber o fundo da tijela quando acabo os cereais. De resto, salvo aquilo que não consigo mesmo evitar que comam na rua, nomeadamente a ração dos gatos lá do bairro, estão ambos limitados ao serviço ocasional de pré-lavagem - ela, nos pratos da máquina da loiça e ele nas minhas mãos quando acabo de mexer em salsichas, bacon ou chouriço... Chamem-lhe parvo!)

5 - Por fim, para que não sobrem mesmo dúvidas nenhumas, a Dona e o Dono adoram a Emma e o Sushi, e irão, sempre que puderem, ajudar outros animais que precisem, pois infelizmente nem todos levam a boa vida dos nossos.
- Nunca lhes falta comida nem mimo ou um sítio seguro e aconchegante para dormirem.
- Nem sempre passeiam e brincam durante tanto tempo quanto eles e nós gostaríamos, porque a vida é mesmo assim uma correria, mas raro é o dia em que ficam sem companhia ao serão se já tiverem passado o dia sozinhos.
- Mais rapidamente levamos um deles ao vet do que um de nós vai o médico, mais religiosamente fazemos os tratamentos de que um deles precise do que seguimos os que nos forem prescritos.
E, mesmo que dêem trabalho e despesa e a Emma seja uma porcalhona e o Sushi nos arraste na rua... NUNCA NUNCA NUNCA lhes vamos virar as costas e deixá-los à sua sorte. Eles não substituem os filhos (não é de todo essa a relação que mantemos com eles), mas têm o seu próprio lugar na nossa família, o que implica que estamos juntos para o que der e vier e "até que a morte nos separe".
E esta regra é mesmo a mais inviolável de todas!

4 comentários:

Anónimo disse...

estive a ler atentamente este post.
a nossa Humana também instituiu algumas regras cá em casa. mas ela, por exemplo, quase nunca come carne. abre, no entanto, uma excepção connosco, pois ao sábado,cozinha, para nós e para o cão lost, fígado de frango, ou peixe, com arroz e legumes. e ao domingo, dá-nos sempre uma lata de paté (convém lembrar que somos 5 felinos, o que significa que cada um de nós só come um bocadinho do delicioso paté nham nham). também estávamos proibidos de ir para o quarto mas, com alguma persistência e boa educação, lá conseguimos convencer a Humana a deixar-nos dormir, uma vez ou outra, na cama, em cima de uma mantinha que ela lá põe. e é verdade, respeitamos religiosamente o "território" que sobra.
marradinhas afectuosas da bicharada do "pequeno jardim".

Sandra Duarte disse...

A 5ª regra é, de facto, a mais valiosa. Cá em casa essa é a regra n.º 1. Bem, nem sequer é regra - nem nos passa pela cabeça abandonar ou colocar a vida deles em risco, não é? Prova disso é que a partir de 1 de Abril estaremos numa casinha nova com um grande terraço para as meninas!!!

Alice disse...

Gostei muito deste post!! Cá em casa tb temos mtas regras mas principalmente temos mto amor para dar e receber. Isso é q é importante.

Marradinhas para a Emma, Sushi e dona!! :)

Van Dog disse...

:)
E nada como canzoada persistente para que se quebrem regras, não é?