O que vale é que eu não sou cardíaca. Hoje quando entrei no prédio vi sangue, vi luvas de borracha, vi gazes, eu sei lá o que mais, junto ao canteiro do hall do prédio onde os cães adoram ir petiscar. O meu primeiro pensamento foi: a Emma. Porque ela sangra da ferida e podia estar pior, algo assim.
Mas logo depois soube que o meu vizinho de cima (um velhinho bêbado) tinha caído e uma outra vizinha o tinha encontrado e chamado a ambulância... e não consegui evitar um suspiro de alívio. Claro que me preocupo com o senhor e espero que ele esteja bem, mas, bolas, nos instantes em que pensei que era a MINHA CADELA o coração disparou cá de uma maneira...
E o mais irónico é que nem sequer me sinto culpada por pensar assim. Não tenho nenhum tipo de problema de consciência em dizer que a Emma é mais importante para mim do que o meu vizinho de quem nem sei o nome. Da mesma maneira que sei que a minha vizinha que o encontrou ferido e o socorreu faria o mesmo pela Emma. Porque quando uma outra vizinha chegou a casa e viu aquela confusão veio logo tocar-me à porta para saber se estava tudo bem com os meus cães. E é por isso que eu gosto de viver no prédio onde vivo.
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