29/08/09

Ainda somos 4 cá em casa...

... mas, por momentos, poderíamos ter sido 5.

Ontem à noite, já bem de madrugada, estava eu a dormir, o Dono foi passear os monstrengos e encontrou uma cadela pastor alemão ainda cachorra. Ela seguiu-o, brincou com os nossos (que gostaram dela, coisa rara!) e ficou à espera dele quando ele veio a casa deixá-los para voltar a sair para dar-lhe comida e água. Muitas vezes é um risco sair de ao pé de um animal que está na rua, pois podemos não voltar a vê-lo. Mas ela parecia saber que estava a pedir ajuda à pessoa certa.

Claro que eu só soube isto de manhã porque estranhei o Dono estar a levantar-se cedo (sendo que se tinha deitado realmente tarde, porque, segundo conta, ainda demorou para aí uma hora a ganhar a confiança da cadela e a poder trazê-la).

Levantei-me de um pulo como devem calcular!

Levámo-la ao vet, para saber se tinha chip (não tinha - ai ai ai ai quantas vezes vou ter de passar um sermão por causa de uma coisa tão simples) e o vet deliciou-se com ela, aliás, era impossível resistir-lhe. Linda, super inteligente, meiga, tudo! Eu adoooooro pastores alemães e mesmo sabendo que não podemos ter mais nenhum cão já me via a ser dona daquela coisa fofa. Era nova, cerca de 6-7 meses dizia o vet, e felizmente estava bem de saúde.

Voltámos para casa, para tirar fotos e afixar pelas redondezas, pois não havia nenhum anúncio no Encontra-me, mas havíamos de arranjar uma maneira de encontrar-lhe o verdadeiro dono. Eis senão quando, estávamos nós a passeá-la antes de a trazer para dentro de casa, um carro encosta e pergunta-nos se encontrámos uma cadela pastor alemão que tinha fugido de casa na noite anterior. A cadela não reagiu a estas pessoas nem ao nome que elas lhe chamaram, e eu fiquei um pouco desconfiada e a achar que era apenas uma coincidência e que não era a mesma cadela. Havia uma parte no meu subconsciente a não querer abrir mão dela, confesso, mas nestes casos é mesmo assim, também não gostaria que alguém encontrasse a minha Emma e depois não ma quisesse devolver, que horror...

Mas para tudo há uma explicação. A senhora em questão não era a dona, era irmã do dono e estava a ajudar a procurar a cadela, daí não ter havido empatia da parte da cadela (que sinceramente parecia não estar a querer ir com ela e isso dispara logo o meu alarme). Como sempre nestes casos, há que ocultar algum pormenor sobre o animal que só o verdadeiro dono possa saber e que sirva como prova, e foi o que fizemos. Bastou um telefonema para confirmar que a pastora fugida tinha umas manchas de tinta vermelha porque a casa dela tem estado em obras - e bingo, a "nossa" pastora também tinha.

Mesmo assim, insistimos em ir levá-la à casa dela, averiguar as condições e a razão para ela ter fugido, comprovar a reacção dela ao espaço. Tudo bateu certo. Não restaram dúvidas. Assim até fiquei a saber que é minha vizinha e tenciono ir visitá-la de vez em quando (afinal de contas, se a família ficou tão agradecida por a termos tirado da rua antes que ela se afastasse de mais ou sofresse algum acidente então não me vão negar uma visita, né?).

Depois desta aventura fiquei um bocado abananada, e nem sequer tinha sido eu a verdadeira heroína, esse mérito vai todo para o Dono, que a viu, a resgatou e com certeza ainda se afeiçoou mais a ela do que eu, que até tive menos tempo com ela. A lição que retiro daqui é que não custa nada fazer uma boa acção e que o nosso coração arranja sempre espaço para mais um. Se não tivesse aparecido o dono dela - claro que isso foi o melhor desfecho possível - nem sei bem se conseguiria resistir a ficar com ela. Sempre sonhei ter um pastor alemão...

Durante as horas que passámos com ela chamámos-lhe Nox, porque nos apareceu durante a noite. Espero que seja muito feliz!

2 comentários:

Pepe disse...

Vai ser de certeza!
Boa Dono!! :)

Van Dog disse...

Que bom que tudo correu bem. E acabou bem!
Agora, chip e medalha identificativa para a Nox!
(nem toda a canzoada perdida tem a sorte de encontrar quem esteja disposto a ir até ao veterinário...)