13/04/10

"Obrigado" não é suficiente

Começo por dizer que já dei por mim a tentar escrever este post várias vezes. Mas eu tinha dito que ia contar o que se tinha passado e acho que se isto foi uma lição que aprendi também pode ser útil para outras pessoas. Portanto aqui vai. Puxem dos lenços...

No feriado da 6ª feira santa por pouco não perdi o meu cão. Perder no sentido em que ele podia ter morrido, pelo menos seriamente magoado teria ficado de certeza. Tudo porque decidiu saltar da janela da cozinha, onde a altura equivale a um 1.º andar (com a agravante de que o piso não é a direito por causa da rampa de acesso às garagens). E tudo porque iam a passar dois cães de quem ele não deve ter gostado nada.

Ele já tinha saltado da janela do escritório por duas vezes (uma logo nos primeiros dias connosco para ir passear, outra para ir ter comigo à rua), o que nos ensinou a ter sempre as "lagartas" fechadas sempre que a janela está aberta. Mas nunca em tempo algum pensámos que ele repetiria a proeza do lado da cozinha, que é bem mais alto, por isso frequentemente deixo a janela da cozinha toda escancarada para arejar bem a casa (e neste dia em específico, para ajudar a tirar o cheiro da tinta e do pó das obras, que acabaram nesse dia precisamente).

Assumo que a culpa é minha, porque sou eu quem costuma abrir as lagartas da janela da cozinha. Não gosto de me sentir "presa" quando estou na cozinha. Mas prefiro sentir-me assim ou, em alternativa, fechar a janela da cozinha e ficar com calor ou seja com o que for, do que correr o risco de o Sushi voltar a armar-se em kamikaze. E aprendi que tudo acontece em escassos segundos e que devemos ter tantos cuidados de segurança com os animais como temos com as crianças.

A situação só não foi pior graças aos meus vizinhos. Um casal de vizinhos viu que o Sushi tinha saltado para o parapeito da janela e o marido da minha vizinha ficou cá em baixo a dar-lhe ordens para ficar quieto enquanto a minha vizinha dava a volta ao prédio, chamava-me nas escadas para dar o alerta: "vá rápido que o seu cão está todo empoleirado na janela!". Acho que nunca mais me vou esquecer do tom urgente da sua voz e da sua cara de pânico. Benditos vizinhos! Por mais que lhes diga "obrigado" não chega. Se eles não o tivessem visto a tempo eu não me teria apercebido de nada, porque os cães estavam fechados na cozinha para podermos ter a porta de casa aberta enquanto eu e o Dono e os meus cunhados andávamos para cima e para baixo entre a casa e a garagem carregados com caixotes. E acho que também nunca mais me vou esquecer de largar o que tinha nas mãos (um ecrã de computador), abrir a porta da cozinha e dar de caras com a Emma a comer o lixo espalhado pelo chão (o Sushi usou o caixote do lixo como patamar para conseguir saltar e derrubou-o) e o meu cão todo do lado de fora da janela, com as patas de trás no parapeito de fora e as patas da frente nas grades que protegem o estendal. Estava com um ar atrapalhado, de quem não sabe como sair daquela situação, e eu mais atrapalhada fiquei porque não tinha forças para o puxar e a última coisa que queria era que ele morresse às minhas mãos. Gritei por ajuda, o Dono apareceu logo, e foi ele que o pegou ao colo para o puxar para dentro de casa. Mas e se eu estivesse sozinha em casa? E se os meus vizinhos não tivessem visto a cena?

Enfim, não adianta consumir-me com os "e se's..." todos, apenas me resta dar graças por felizmente não ter acontecido o pior e não voltar a repetir o erro. A Emma ficou com uma diarreia brutal nos dias seguintes por causa do lixo que comeu LOL e o Sushi ficou mais perto de ser castrado que até se lixa. Pode ser que lhe passe a agressividade com os outros cães de uma vez por todas. Esse continua a ser o grande busílis da questão (e o único "defeito" que posso apontar a um cão que é, em todos os sentidos, o perfeito companheiro).

E para todos os que me estão a ler, fica o conselho: cuidado com as janelas abertas. Pensamos sempre que eles estão seguros, até os vermos lá em baixo na rua.

5 comentários:

Van Dog disse...

Tomei nota!

Que grande susto, não imagino. Cheira-me que muitos donos passam por sustos que, de alguma maneira, podiam ter evitado. O Boss um dia que estava de férias saiu para o jardim sem coleira - e portanto sem medalha. Asneira!! Acontece que tinha entrado um jardineiro, e tinha deixado a porta aberta. Alguém teve um feeling, e foi ver do Boss. Claro que tinha saido, e andava alegremente já a uns 500 metros de casa, a caminho de uma rua cheia de movimento. Mesmo com coleira podia ser um drama (atropelado, roubado, ...). Mas sem coleira então!...

Enfim, vou passar a ter cuidado com as janelas, sim.
(quero dizer, vou avisar o meu dono para teu cuidado comigo e as janelas... ;)

Alice disse...

Aqui em casa as janelas também são uma enorme preocupação. A D. Alice acha que é atleta e, como qualquer gato, adora os parapeitos da janela (vivemos num 3º andar), o fresquinho do vento e olhar para as pessoas cá em baixo. De início (tonta inexperiente) ainda a encontrei do lado de fora da janela umas duas vezes. Gritei que nem uma histérica (asneira. Ela ainda ficou mais nervosa) e a partir dessa altura os meus estores ou estão fechados ou estão abertos mas com as janelas fechadas.
A vontade que tive de lhe dar umas boas palmadas... (quando na realidade a culpa era minha)!!!

Alice disse...

Ah... com o Pepe não há problema.. Aquele rabo pesa demais para se aventurar!! Felizmente que o meu gato é um gordo medricas!!! :)

Lígia disse...

Tinhas razão quando avisaste para puxar dos lencos... Que grande susto...! Eu o que gostava mesmo era de ter fechado as portas à m**** da epilepsia que me levou o meu amigo dia 6...

Carracinha Linda! disse...

Bolas... que susto! Felizmente que não passou disso...